OSTEONECROSE ( OSTEONECROSIS , AVASCULAR NECROSIS , AVN ) EM TRANSPLANTADOS RENAIS
A Osteonecrose (em criancas e adolescentes tb pode ser chamada de doenca de Legg - Perthes)é devida a uma oclusão vascular, em locais cuja a vascularização é pobre. Começa devagar, com dores na articulação afetada ( principalmente sob esforço ), estalos e diminuição na amplitude de movimentos. Somente com Ressonância Magnética o diagnóstico pode ser feito precocemente [5].
Tratamentos:
Diversas técnicas têm sido apresentadas para o tratamento de Osteonecrose (ou Legg Perthes)das cabeças femorais ( ou umerais , ou ainda de joelho, cotovelo, calcanhar, etc ), a maioria delas cirúrgicas, tais como Descompressão , Enxerto Ósseo utilizando o osso ilíaco, Enxerto Ósseo de Fíbula ( com técnicas de microcirurgia ), Hemiartroplastia, "Trapdoor", etc., todas com graus variados de sucesso e técnicas operativas distintas [13,14,15,16,17,18,]. Evidentemente, caso nenhuma destas soluções tenha resultado satisfatório, é feita então a colocação de prótese total no quadril, mesmo esta tendo diversas técnicas, materiais e variadas taxas de revisão. Cabe ao médico informar as diversas alternativas existentes e, junto com o paciente, definir o melhor procedimento. É extremamente importante o diagnóstico precoce da osteonecrose, uma vez que os prognósticos são melhores quando a intervenção é feita antes do colapso total da área atingida, pois neste caso, resta apenas a solução de colocação de prótese. [47,48,49,50,51,52].
Outras técnicas menos invasivas para osteonecrose (ou Legg Perthes)em fase inicial estão sob pesquisa , sem ainda uma aceitação universal, tais como Terapia de Oxigenação Hiperbárica ( usado principalmente em Osteoradionecrose mandibular ) [19,20], Campos Eletromagnéticos Pulsáteis [21], Ultrasom, Lovastatina [53], etc. A utilização de Proteínas Osteogênicas Recombinantes Humanas, em conjunto com enxertos ósseos, parece ser extremamente promissora [39,40,41,42,43].
Outros Possíveis Fatores de Risco
Inúmeros estudos tem sido levado a cabo a fim de se determinar aqueles pacientes com maior risco de desenvolverem Osteonecrose (ou Legg Perthes). Uma vez que a ocorrência de Necrose Asseptica em transplantados renais é multifatorial [2], tem sido difícil para os estudiosos do assunto estabelecerem com precisão os fatores de risco, porém parece certo que a corticoterapia é fator gerador de uma série deles. Alguns estudos estão relacionados abaixo:
1- Aumento de gorduras no sangue / hipoplasia de medula óssea: Tem sido estudado a ocorrência de embolismo gorduroso em pacientes com Osteonecrose. É sabido também o papel da prednisona, ciclosporina e da Síndrome Nefrótica na hiperlipidemia [7,24,25,26,27,28,53,54] ;
2- Osteopenia / Osteoporose : A prednisona é a grande responsável pelo aparecimento de Osteoporose após transplante renal, principalmente nos primeiros 6 meses, mesmo com a diminuição da dose após o advento da ciclosporina. Hipóteses tem sido levantadas sobre a diminuição do estoque ósseo, que diminuiria também a medula e sua conseqüente vascularização nestas áreas, levando talvez à osteonecrose asseptica [1,23,25,31,32,33,53] ;
3- Distúrbios de coagulação : Parece ser o caminho mais presente na Osteonecrose asseptica, uma vez que a oclusão vascular está diretamente relacionada com a coagulação. Como já foi relatado antes, inúmeros estudos tem relacionado que uma grande porcentagem de pacientes com Osteonecrose asseptica possuem problemas de coagulação ( em até 75% ) , sejam hereditárias ou adquiridas. Tanto a ciclosporina quanto a prednisona parecem ter efeitos trombóticos ( formação de trombos ) e/ou hipofibrinolíticos ( dificuldade em dissolver trombos ), com anormalidades nas dosagens de Fibrinogênio, Proteínas C e S, Antitrombina III, Anticorpos Anticardiolipina, Homocisteína, Resistência à Proteína C Ativada, Anticorpo Lúpico, Inibidor do Ativador do Plasminogênio tipo 1, Lipoproteína (a), etc [4,6,7,22,28,29,35,36,37,44,45,46].
No Brasil não se tem notícia de um centro especializado em Osteonecrose (ou Legg Perthes), mas devido à grande especificidade da doença e da baixa incidência, é aconselhável a procura em centros ortopédicos especializados. O Hospital das Clínicas da USP, o Hospital das Clínicas da UFMG, o Hospital de Traumato Ortopedia no Rio de Janeiro, etc. Parece que a equipe de Bioengenharia e Ortopedia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto desenvolveu um aparelho chamado de Artrodistrator para pacientes infantis com doenca de Legg-Calvé - Perthes. O projeto parece ser coordenado pelo Prof. José Volpon. O Dr. Cyrillo Cavalheiro Filho do INCOR / SP pesquisa associação entre ON e problemas de coagulação. Grande número de pacientes dele com ON possuem coagulopatias. O Dr. Ilidio Pinheiro, do Hospital São Vicente de Paulo, no Rio de Janeiro, me operou e após 5 anos sem muletas ou prótese, posso afirmar que a cirurgia foi um sucesso. Apesar da evolução radiológica das lesões, espero somente colocar prótese após 10 anos de cirurgias. Fator muito importante que considero é a abordagem multiprofissional. A fisioterpia fiz na ABBR (excelente) com acompanhamento do Dr. Leonardo Grandi (Fisiatria) e fisioterapeuta Francesco, da área de cinesioterapia. Ainda, o Dr. Cyrillo trata da anticoagulação.
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